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18.11.08

Sem você, meu amor, eu não sou ninguém (II)



Saí dirigindo pelas ruas da cidade, enquanto Fagner cantava Deslizes no CD player do carro, disfarçando a saudade imensa que sinto de você, querendo trazer você pra mim, recebendo seu abraço e atendendo meu desejo tão antigo. Mas a chuva e os sinais de trânsito me obrigaram a ter mais atenção e diminuir o som. Foi quando comecei a lembrar o que você tinha comentado outro dia. E então….
Quando você me disse que estava sorrindo de novo, fiquei feliz, porque sei que você até se diverte com suas próprias mazelas. Como isso é somente uma defesa natural, para que você preserve o seu eu e os outros eus, quando você chora é porque acaba descobrindo que o equívoco foi cometido por você mesmo. E por quê chamar isso de fracasso?
No fundo, é o próprio sucesso pessoal, quando a gente descobre que é bom, quando faz o melhor para a família, se entrega a um trabalho prazeiroso e cuida de amar.
O seu espírito, estando aberto para receber essa energia, pode ocasionar efeitos duradouros em seus planos de buscar uma vida nova, aberta aos novos tempos, na paz que deseja, com a vida mais leve e melhor direcionada. Se, por um lado, a distância nos separa, por outro o sentido espiritual de nosso encontro é o que nos faz respirar esse novo ar. 
Aumentei o som de novo. E me lembrei que você adora o grupo ERA. Me deu vontade de escutar Divano e parei num sebo de discos em Cambridge. Afinal, dentro do carro não daria para eu ligar o laptop e abrir no YouTube. Entrei na loja, procurei os grupos New Age, acabei encontrando raridades de Yanni, Enya, Pink Floyd, Pendragon, Enigma, Deep Forest e descobri, num rack especial, um CD original com a música Divano, o ERA 2. 
Era foi um projeto musical do francês Eric Levi, que se baseava em chants (cantos) numa lingua imaginária parecida com o latim. A banda misturava música clássica, ópera, cantos gregorianos com estilos contemporâneos. Algumas delas foram usadas em trilhas sonoras de filmes como Os Visitantes (Les Visiteurs, em francês) e num filme de Sylvester Stallone, o “Driven”. 



Eric Levi usava coros em inglês ao gravar as canções. “Ameno”, que aparece no primeiro CD (Era)  foi utilizada na Austrália em propaganda para a Optus Communications. Foram vendidos mais de 10 milhões de Cds da banda. Era também é famosa entre os fans de arte marcial, devido à canção Enae Volare Mezzo, que é tema de um famoso lutador de artes marciais, o russo Fedor Emelianenko. A música Ameno Dorime é usada como tema do irmão mais jovem de Fedor, Alexsander, também lutador de artes marciais. 
Logo voltei para o possante Jipe Jimmy, coloquei o CD na maior altura e você voltou a voar na minha memória. Dessa vez, dançando pelas ruas de Arlington, ao ritmo calmo e de movimentos marcantes que a música sugere. Como a história que te leva para um passado no qual você acha que viveu. Com uma experiência vívida, entregue às suas mãos por alguém que te ama, que nos fez nos ligar de novo através dessa música especial, por todos os tempos.
Para os curiosos, sugiro uma busca no YouTube. Porque este CD aqui já tem dona!

Sim, exatamente, aquela sem a qual não sou ninguém… 

6.11.08

Sem você, meu amor, eu não sou ninguém...(I)



Cheguei de volta à cidade que tem me acolhido últimamente numa impressionante consistência de contatos, amizades, trabalho, moradia, mas que é imperdoável em sua insistência de ser um dos locais mais gelados do planeta. Por muitas vezes, pensei em desistir de voltar aqui. Mas há algo muito forte que me liga a Boston. 

Primeiramente, a tranquilidade espiritual que sinto quando frequento o Centro Caminho, Verdade e Vida. As palestras são como um farol que iluminam minha rota às vezes turva. E os passes que recebo, me fazem ficar leve para enfrentar o dia a dia como imigrante, num país que finalmente faz história verdadeira quando elege o Barack Obama para seu presidente (mas isso é assunto para outro blog).

Sua variedade cultural, a diversidade dos idiomas que se fala em suas ruas, bares, restaurantes, escolas e universidades são “overwhelming”. Além da facilidade do transporte urbano e dos convites sempre interessantes para trabalhos que têm a ver comigo. 

Abri “falando” de Boston, onde ficarei pelos próximos 130 dias, mas na verdade queria mesmo era compartilhar com os 17 leitores desse blog, a felicidade pelo casamento de meu filho Nicholas Barbosa com a jovem Jessica Little. 

Como (o casamento) realizou-se na cidade de Ashville, na Carolina do Norte, tive que fazer uma tremenda ginástica para ir à Flórida, buscar o Fredinho, o caçula, e fazer um belo passeio às montanhas.  Valeu! Nos divertimos muito, além de estarmos totalmente envolvidos nas festas promovidas pela família Little para comemorar o enlace matrimonial. 





Pegamos um vôo de Fort Lauderdale até Charlotte, NC e de lá alugamos um carro,  dirigimos 2 horas até Ashville. A cidade é uma mini-São Francisco, de tão eclética…com muita música e gente bonita e elegante passeando por seus boulevards, mas muito…muito frio!

O casamento realizou-se no Biltmore e foi, pelo menos para mim que nasci no Carmo, em Quissamã, um vôo muito alto, que jamais teria imaginado realizar, não fosse meu filho Nick e sua mãe Hilza pessoas iluminadas, queridas e muito consistentes em seus planos de vida. A noiva, que agora é minha nora (uau!), é uma mulher muito linda, agradável, inteligente, com uma família bem unida. E espero que assim seja para nossos filhos “enquanto dure”…pelo que parece, muitos e muitos anos. 



Volto a Boston. Embora minha tarefa de vida por aqui, neste momento, tenha como prioridade cuidar da saúde, não posso deixar de cair em campo e “correr atrás” das possibilidades que a cidade oferece. 

Porém, o melhor de tudo, o que aparece como motivo para essa energia fluir da forma que necessito, é estar todos os dias em Macaé. Conversando com você. Recebendo essa influência mágica, embora à distância, sempre perto e presente, como uma mensagem de luz através do MSN. Por isso, hoje, sem você, meu amor, eu não sou ninguém. (Continua)