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31.12.08

Atravessando mais um limiar


Muitos me telefonaram no Hospital: Cristina Miranda, Hilza DaSilva, Steve DelRoy, Armando Barreto, Frederico Barbosa, Carol LM, Nicholas Barbosa (meus filhos), Elaine Loretto, Adairton, Junior Mendes, Eliene e João, Alex Ferro e Raffaela, Andreza Priscila sempre-muito-preocupada, Billy Souto Maior, Bill Kantrowitz, Robson Lemos, Beth do BT, Nahur Fonseca, Mauricio Filho, José Ferreira da Silva Neto, Lucia Souto Maior, Suely Franco McQuilken, Professor Julio, Marcos Coutinho, Edel Holz, Cristina Borges, Marcelo Malcher, Claudia Carmo, Liliane, Cristina e Cristiane Paiva, Armando Rozário, Luiz Garcez, Tia Jamile, Maria Lucia, Rosane (minhas irmãs), Flávia Lima Torres, Eduardo Lima Torres, David Adnopoz, José Carlos Moraes, Edirson Paiva, Edirson Júnior, Ricardo Barbosa, Suely Franklin, Piedad Rueda, Elisa Garibaldi, Victoria e outros que juro não lembrar por estar lotado de narcóticos contra a dor que me assolava no número 7 (depois baixou para 4). 
Os emails chegaram às dezenas. Vieram de Lençóis, na Bahia (Professor ZéCarlos Moraes), de Monteiro Lobato, em São Paulo (Glaico Costa), de Curitiba, de Macaé, Florianópolis, do Rio de Janeiro, Niterói, de Rio das Ostras, Tamoios, Barra de São João, Saquarema, Lisboa, Barcelona, Belém (grande Djalma Filho) e outras cidades, sempre com aquela mensagem de otimismo e com as estimas de recuperação. Como agradecer a todos pela preocupação comigo? Bem, afinal fiz um “big deal” dessa minha internação. 
A diferença foi a presença física do “Seu” Jaime, meu anjo da guarda, do Pié, mentor espiritual, do Daniel Nocera, grande músico e amigo, Eni Sampaio, amiga de longas datas, Evaldo e a noiva, Cláudio Reis, Beth Reis, amigos de Boston, Mr. Alain De Paula, amigo e meu chefe na escola World and I Institute. Jamais esquecerei da força que recebi da “roomate” Andréia Saliba, que me levou ao Hospital em crise pós-operatória e no dia do “discharge” foi me buscar e me levou para fazer compras nos últimos minutos do mercado aberto no dia de Natal. 
E quero ainda “pontuar” a importância que Lindy Lebouthillier Serra deu ao meu momento especial. Não faltou um dia de visitas no Hospital, levando-me o calor e amizade que um “doente” sente quando não tem sua família por perto. De volta em casa, aqui em Saugus, muitos repetiram suas chamadas. Das novas ligações, fiquei bem feliz com a do amigo Flávio Cavour e da presença de Dra. Janine, José Milbs, Nato Reis, Vania Pacheco (Emilia Fritex) e Regina Veiga no MSN. 
Pelo telefone e pelo email móvel, a presença constante da minha linda namorada e sua fé imbatível me fizeram acreditar o tempo todo que Deus e meus protetores não sairam um momento siquer de meu lado. Graças a suas constantes orações e sua voz doce e relaxada no telefone, que me deixaram mais calmo e confiante no futuro. 
Soube, pela TV Internacional, que meu ex-chefe na TV Globo, o grande ator e diretor Fábio Sabag, faleceu hoje pela madrugada (31/12) do mal que me assolava. Fiquei pensando: E se eu não tivesse operado na hora certa, o mesmo poderia me acontecer?
Agora, posso comentar: amigos homens, não deixem passar e com o cuidado necessário, façam seus exames de PSA e encarem a famosa “dedada”, claro, sem se deixarem apaixonar…. Segundo o resultado patológico, estou “livre” desse mal, com mais de 90% de chance de estar curado completamente. Ontem, dia 30, o médico tirou a sonda. Fiquei independente de novo. Recomeçando.
Uma estadia em hospital não é nada agradável, principalmente quando se tem uma cirurgia delicada para fazer. São várias etapas, sendo a anestesia uma das interessantes, pois, como aconteceu comigo, o intestino pode “trancar”. Daí, veio a dor do pós. Nada passava do meu estômago. Comecei a série de “throw-ups” (em inglês choca menos, mas é vômito mesmo) e voltei a me internar. Recebi um presente: um tudo enfiado no nariz para retirar todo aquele líquido indesejado. Mais dez dias de "hospedagem" na primeira classe do Beth Israel Hospital, aliás um hospital judeu e eu não sou circuncizado. Mesmo assim, não me confundiram com um palestino, embora minha nova cara se pareça um pouco com a do Yasser Arafat. Sem perigo, essa nova guerra que assola judeus e palestinos não entra naquele hospital!
As enfermeiras, sempre muito atentas e prestativas, se revezavam na tarefa árdua de me fornecer os remédios na hora certa, verificando meus sinais vitais com muita profissionalidade. E jamais esquecerei da generosidade de Caroline (na foto acima), Nicollete, Heather e Carnie, além de outras. Essas foram as que mais trataram de mim, principalmente a Caroline, com sua atenção completamente desdobrada e me chamando o tempo todo de Mister Barbosa prá lá e prá cá. Educadíssima!
Acredito, também, que passei por essa com mais serenidade, graças à amabilidade dessas moças e de seu trabalho impecável. Ao Dr. Martin Sanda e sua equipe, com Dr. Williams, Dr. Ahmred, só tenho que agradecer a paciência comigo. 
Em algumas madrugadas no hospital, acordei assustado com sonhos incríveis. E num dos sonhos que tive durante essa jornada, atravessei diversos limiares, com o meu objetivo de herói me transportando para o momento em que, em Março, depois dessa longa cavalgada, entrarei num Castelo com a minha espada Excalibur para “libertar” minha princesa, que me fará avançar, sem limites, para outros limiares ainda mais (im)possíveis. Meu desejo tem um nome! 
E, depois, como recompensa, ter minha amada bem pertinho de mim, me acariciando e me enchendo de beijinhos, encostando e deslizando meu rosto no dela, remendando meus pensamentos desconsertados e costurando meus elementos metafísicos. Viva 2009! Em poucos dias entrarei no Castelo! De preferência, com um fundo musical parecido com Divano!




4.12.08

Boston, Zero Grau



A água se transforma em gelo a zero grau Celsius. Hoje pela manhã, o parabrisa do carro estava congelado. Sinal de que em poucos dias teremos frio para valer. Os capotes, japonas, casacos, cachecóis, botas especiais, pás, raspadores, vassourinhas, snow plowers e claro, a própria neve, vão todos dar o de sua graça e fazer de Boston uma cidade ainda mais colorida. É o inverno chegando na Nova Inglaterra.
Enquanto alguns “brazilinos” reclamam que há pouco serviço, outros vão se aproveitando das inúmeras vagas deixadas pelos que têm, de fato, medo e até mesmo pavor do frio e já começam a migrar para a ensolarada Flórida. É o vai-e-vem e leva e traz da vida brazuc’americana nos EUA.
Conheço Claudio Reis há 5 anos. Ele veio de Governador Valadares e se instalou em Boston em 2000 com sua amada Beth. É o brasileiro mais adaptado com o frio. Trabalhando em 2 empregos (durante o dia como cozinheiro e à noite como segurança de Night Club), Claudio reitera sua opinião quase todos os dias. Ele diz: “Adoro! E é bem melhor para trabalhar!”
Muita gente fica com as mãos congeladas, os pés incrivelmente frios, o nariz às vezes nem dá para sentir de tão dormente, os rapazes reclamam que não podem pegar no bilau no break do xixi com medo de congelar o dito cujo. As mulheres brasileiras, que usam aquelas calcinhas bem apertadinhas e curtinhas, precisam comprar umas do tipo “libece” que mamãe usava nos anos 50 em Campos. Diversos senhores e senhoras passam a usar ceroulas. 
Para acrescentar um pouco de drama à aventura de enfrentar a neve que se aproxima, várias cidades de Massachusetts que fazem parte da grande Boston, têm ladeiras que se tornam perigosíssimas e são um convite a sustos e batidas totalmente hilárias, se não atrapalhassem bastante a rotina do motorista desavisado. Imagine-se a 30, 40 Km por hora, descendo uma ladeira congelada e de repente, é obrigado a dar uma “suave” freada. 
Companheiro, pode não acontecer nada. Mas seu carro vai deslizar mais do que um brinquedo da Disneyworld. E você vai se lembrar das corridinhas de rolimã que fazia ladeira abaixo em qualquer cidade brasileira. Daí, dentro do seu carro, coração a mil, você tenta controlar, o carro descendo, desliza prum lado, depois pro outro, (você reza!) e se der sorte ele pára no meio da rua sem bater em outro que estiver estacionado ou vindo em direção contrária. Mas quem disse que “todos” têm sorte?
O que vai melhorar a partir desse inverno é que o dia termina às 4 da tarde, baixando aquela escuridão e a rapaziada, cansada das mesmices globais da TV Internacional, começa a sair pros Happy Hour, pros Videokes e, pasmem, para a escola de inglês. Os locais de encontro ficam cheios até….10 da noite. Porque, tratando-se de uma região-dormitório, onde as universidades começam a despertar seus alunos bem cedo, também no ambiente do trabalho do dia-a-dia acaba sendo assim. 
Os imigrantes precisam ir pras suas obras, pros seus “clíns”, pras “dichas”, “parkeando” seus carros sem problemas na frente dos escritórios e lojas. Bem, claro, há as exceções, os que se podem dar ao luxo de ficar no Café Belô, no Sal e Braza ou no Samba Bar até altas horas.
Com Zero Grau fizemos o último espetáculo, Caffé Concerto, virar um happening em Lexington no domingo, dia 30. Mesmo com o frio que se abateu pela cidade logo depois da chuva de sexta e sábado, o teatro (quase) encheu. Foi uma homenagem ao artista Italo-Americano “Farfariello”, Eduardo Migliaccio, que enchia os palcos, bares e restaurantes de Nova York nos anos 10 do Século XX. Ele foi considerado o Rei do Esquete em sua época, tendo criado 150 personagens. O Chico Anisio de lá! 
Da Itália, vieram Maurizio Merolla, Laura Pugliese, Mauro Arbusti, Marco Iezzi e… Veronica, filha de 15 anos do Maurizio e que deu um show ao dançar Tarantela e Tango. Laura é uma soprano maravilhosa, que solta uns agudos incríveis ao cantar com Marco o “Tace il Labbro”, duo perfeito da ópera A Viúva Alegre, de Franz Lehar. 
Acho mesmo que Caffe Concerto merece um blog “of its own”, mas me atrapalha quando participo de algo tão belo e minha escrita parece querer pedir confete. Outro dia, fui chamado de presunçoso e metido por uma pessoa importante para a minha vida. Portanto, tenho que tomar cuidado. Nada de narcisismo. O espetáculo foi legal e basta! Quem quiser fotos e outras notícias da performance, me escrevam “in private, please”. 
Com a expectativa da neve que começa a cair esta semana, também começo a desacelerar o motor que não parou nestes últimos 40 dias de trabalho, sem um dia de folga siquer, vivendo amor em longa distância e tendo que faturar o das próximas férias. Estarei fora de combate por 3 semanas. Entrarei  numa “fria”, mas talvez consiga sair dessa com a alma, o corpo e o coração regenerados. E pretendo fazer parte dos índices positivos do Beth-Izrael Hospital de Boston. Fora de combate não quer dizer fora do ar, nesses tempos internautas. 
José Milbs e Armando Barreto andaram lendo meu blog com atenção, pois descobriram que estou de novo apaixonado. Dos meus 17 leitores, pelo menos 2 se tocaram. Aliás, Tania Schuller também andou meio preocupada, porque não sabia que eu e Elaine tínhamos nos separado. Agora, em segunda mão, para os que ainda não sabiam, faço desse hebdomadário virtual meu porta-voz. E não foi uma “gelada”, porque o que deve permanecer de uma separação com filhos maravilhosos, frutos de um relacionamento concreto, são a compreensão, a benevolência e a atitude proativa. 
Como diria João do Vale, que nunca teve que enfrentar o frio do "nordest'américano" e quando viajou do Maranhão para São Paulo num pau de arara no final dos anos 50: “Deus ajudando, a gente chega lá!”

Até a próxima!

18.11.08

Sem você, meu amor, eu não sou ninguém (II)



Saí dirigindo pelas ruas da cidade, enquanto Fagner cantava Deslizes no CD player do carro, disfarçando a saudade imensa que sinto de você, querendo trazer você pra mim, recebendo seu abraço e atendendo meu desejo tão antigo. Mas a chuva e os sinais de trânsito me obrigaram a ter mais atenção e diminuir o som. Foi quando comecei a lembrar o que você tinha comentado outro dia. E então….
Quando você me disse que estava sorrindo de novo, fiquei feliz, porque sei que você até se diverte com suas próprias mazelas. Como isso é somente uma defesa natural, para que você preserve o seu eu e os outros eus, quando você chora é porque acaba descobrindo que o equívoco foi cometido por você mesmo. E por quê chamar isso de fracasso?
No fundo, é o próprio sucesso pessoal, quando a gente descobre que é bom, quando faz o melhor para a família, se entrega a um trabalho prazeiroso e cuida de amar.
O seu espírito, estando aberto para receber essa energia, pode ocasionar efeitos duradouros em seus planos de buscar uma vida nova, aberta aos novos tempos, na paz que deseja, com a vida mais leve e melhor direcionada. Se, por um lado, a distância nos separa, por outro o sentido espiritual de nosso encontro é o que nos faz respirar esse novo ar. 
Aumentei o som de novo. E me lembrei que você adora o grupo ERA. Me deu vontade de escutar Divano e parei num sebo de discos em Cambridge. Afinal, dentro do carro não daria para eu ligar o laptop e abrir no YouTube. Entrei na loja, procurei os grupos New Age, acabei encontrando raridades de Yanni, Enya, Pink Floyd, Pendragon, Enigma, Deep Forest e descobri, num rack especial, um CD original com a música Divano, o ERA 2. 
Era foi um projeto musical do francês Eric Levi, que se baseava em chants (cantos) numa lingua imaginária parecida com o latim. A banda misturava música clássica, ópera, cantos gregorianos com estilos contemporâneos. Algumas delas foram usadas em trilhas sonoras de filmes como Os Visitantes (Les Visiteurs, em francês) e num filme de Sylvester Stallone, o “Driven”. 



Eric Levi usava coros em inglês ao gravar as canções. “Ameno”, que aparece no primeiro CD (Era)  foi utilizada na Austrália em propaganda para a Optus Communications. Foram vendidos mais de 10 milhões de Cds da banda. Era também é famosa entre os fans de arte marcial, devido à canção Enae Volare Mezzo, que é tema de um famoso lutador de artes marciais, o russo Fedor Emelianenko. A música Ameno Dorime é usada como tema do irmão mais jovem de Fedor, Alexsander, também lutador de artes marciais. 
Logo voltei para o possante Jipe Jimmy, coloquei o CD na maior altura e você voltou a voar na minha memória. Dessa vez, dançando pelas ruas de Arlington, ao ritmo calmo e de movimentos marcantes que a música sugere. Como a história que te leva para um passado no qual você acha que viveu. Com uma experiência vívida, entregue às suas mãos por alguém que te ama, que nos fez nos ligar de novo através dessa música especial, por todos os tempos.
Para os curiosos, sugiro uma busca no YouTube. Porque este CD aqui já tem dona!

Sim, exatamente, aquela sem a qual não sou ninguém… 

6.11.08

Sem você, meu amor, eu não sou ninguém...(I)



Cheguei de volta à cidade que tem me acolhido últimamente numa impressionante consistência de contatos, amizades, trabalho, moradia, mas que é imperdoável em sua insistência de ser um dos locais mais gelados do planeta. Por muitas vezes, pensei em desistir de voltar aqui. Mas há algo muito forte que me liga a Boston. 

Primeiramente, a tranquilidade espiritual que sinto quando frequento o Centro Caminho, Verdade e Vida. As palestras são como um farol que iluminam minha rota às vezes turva. E os passes que recebo, me fazem ficar leve para enfrentar o dia a dia como imigrante, num país que finalmente faz história verdadeira quando elege o Barack Obama para seu presidente (mas isso é assunto para outro blog).

Sua variedade cultural, a diversidade dos idiomas que se fala em suas ruas, bares, restaurantes, escolas e universidades são “overwhelming”. Além da facilidade do transporte urbano e dos convites sempre interessantes para trabalhos que têm a ver comigo. 

Abri “falando” de Boston, onde ficarei pelos próximos 130 dias, mas na verdade queria mesmo era compartilhar com os 17 leitores desse blog, a felicidade pelo casamento de meu filho Nicholas Barbosa com a jovem Jessica Little. 

Como (o casamento) realizou-se na cidade de Ashville, na Carolina do Norte, tive que fazer uma tremenda ginástica para ir à Flórida, buscar o Fredinho, o caçula, e fazer um belo passeio às montanhas.  Valeu! Nos divertimos muito, além de estarmos totalmente envolvidos nas festas promovidas pela família Little para comemorar o enlace matrimonial. 





Pegamos um vôo de Fort Lauderdale até Charlotte, NC e de lá alugamos um carro,  dirigimos 2 horas até Ashville. A cidade é uma mini-São Francisco, de tão eclética…com muita música e gente bonita e elegante passeando por seus boulevards, mas muito…muito frio!

O casamento realizou-se no Biltmore e foi, pelo menos para mim que nasci no Carmo, em Quissamã, um vôo muito alto, que jamais teria imaginado realizar, não fosse meu filho Nick e sua mãe Hilza pessoas iluminadas, queridas e muito consistentes em seus planos de vida. A noiva, que agora é minha nora (uau!), é uma mulher muito linda, agradável, inteligente, com uma família bem unida. E espero que assim seja para nossos filhos “enquanto dure”…pelo que parece, muitos e muitos anos. 



Volto a Boston. Embora minha tarefa de vida por aqui, neste momento, tenha como prioridade cuidar da saúde, não posso deixar de cair em campo e “correr atrás” das possibilidades que a cidade oferece. 

Porém, o melhor de tudo, o que aparece como motivo para essa energia fluir da forma que necessito, é estar todos os dias em Macaé. Conversando com você. Recebendo essa influência mágica, embora à distância, sempre perto e presente, como uma mensagem de luz através do MSN. Por isso, hoje, sem você, meu amor, eu não sou ninguém. (Continua)



22.10.08

Fale com Ele (ou...Fale com Ela)



Muitos assistiram ao filme. Aliás, espectadores cinemáticos acima dos 15 anos de idade, deveriam assistir a todos os trabalhos de Pedro Almodovar. Existe algo, porém, que não fica claro na segunda parte, quando a jovem sai do coma. Enquanto seu enfermeiro conversava com ela, durante o coma, indo mesmo ao cúmulo de fazer sexo enquanto a garota dormia (e por isso vai em cana: só não vou “contar o final”), quando ela desperta, o cineasta não deixa claro se ela teria sonhado ou não.

Então, para esse atento locutor que vos fala, Pedrito perdeu uma grande oportunidade de caminhar pela profundidade do pensamento humano enquanto dorme (mesmo em coma profundo, como era o caso da moça do filme) e deixou que as outras personagens levassem o filme para o final, frustrando expectativas outras, pelo menos a minha.

Sei que jamais poderia concorrer com o quilate do premiado diretor espanhol, que, a meu ver, chega a desperdiçar o talento de Caetano Veloso cantando Cucurucucu Paloma para uma audiência atenta, seleta e com cara até de “aburrida”. Mas, filme é filme e roteiro é roteiro. Porém, a música poderia ter sido melhor escolhida para aquele momento…
 
Voltemos ao “sonho” da personagem. Ao falar com ela, o enfermeiro afirma que a própria o escuta, registra e grava tudo o que acontece ao seu redor. Por isso, insisto, quando ela “acorda” o espectador fica sem a continuidade e sem a sequëncia dos diálogos que foram ficando para trás, caídos no esquecimento do roteiro. E, de certa forma, arremetendo para um final inesperado. É nisso que o filme é muito bom, mesmo em decorrência da troca cêntrica da minha curiosidade em relação à personagem morta-viva.

Dormindo, a gente sonha. Está mais do que provado. Mas nem sempre lembra de tudo. Alguns sonhos nos revelam o futuro como se fossem preâmbulos do que a pessoa poderá viver e, até mesmo, daquilo que as pessoas que as rodeiam viverão. Em geral, é gravada na mente humana alguma recordação do sonho vivido e ante situações concretas, pressente o que vai acontecer, por aquilo vivenciado pelo seu espírito. Algumas dessas premonições têm a intenção de nos ajudar a superar provas e situações, assim como de mostrar ao ser humano que existe outra realidade para além da meramente humana. Às vezes, uma realidade iluminada….

Uma amiga me contou: “Sonhei que estava amamentando uma criança, um bebê lindo e quis logo saber o significado. O que o sonho pode estar querendo me dizer...que é, para mim, o sinal de um novo tempo, de novas revelações, de uma nova vida renascendo em mim”. Ela fez uma viagem astral. O que quer dizer que o sonho a levou para um outro plano, e que foi identificado em toda a sua clareza, pela própria beleza do sonho em si. Alguns diriam: um sonho onírico. Minha amiga completa: se eu não sonhasse, não saberia como viver.

O seu amor sonha. E de repente, no meio da noite, você o (a) vê mexendo-se, ou gemendo, ou conversando, ou tentando conversar com um ser imaginário. Não o desperte. Converse com ele. Fale com ela. Deixe que o pensamento o faça viajar para onde sua mente (ou seu espírito) o levam. E faça um teste na manhã seguinte. Pergunte, “você sonhou, como foi, quer contar?”. Muitos se esquecerão do momento, mas ao longo do dia ou daquela mesma semana, algo vai fazê-lo relembrar o que aconteceu naquela noite, que poderá revelar algo que possa estar contido em seu interior e que precisa ser liberado.  Como numa premonição.

Por isso, fale comigo. Pode ser pelo Messenger, porque ali sonho acordado. Mesmo que a distância que nos separa nos impeça de estarmos próximos fisicamente, a minha alma está tão ligada à sua, que, na noite passada, ao deitar pensando em você, no meio de um sonho nos vi caminhando sobre a folhagem outonal de Vermont. Estávamos de mãos dadas e sorrindo muito, paramos sob uma árvore e nos demos um longo beijo. The Beginning. Not The End!

FALE COM ELE  (ou… Fale com Ela)

Muitos assistiram ao filme. Aliás, espectadores cinemáticos acima dos 15 anos de idade, deveriam assistir a todos os trabalhos de Pedro Almodovar. Existe algo, porém, que não fica claro na segunda parte, quando a jovem sai do coma. Enquanto seu enfermeiro conversava com ela, durante o coma, indo mesmo ao cúmulo de fazer sexo enquanto a garota dormia (e por isso vai em cana: só não vou “contar o final”), quando ela desperta, o cineasta não deixa claro se ela teria sonhado ou não.

Então, para esse atento locutor que vos fala, Pedrito perdeu uma grande oportunidade de caminhar pela profundidade do pensamento humano enquanto dorme (mesmo em coma profundo, como era o caso da moça do filme) e deixou que as outras personagens levassem o filme para o final, frustrando expectativas outras, pelo menos a minha.

Sei que jamais poderia concorrer com o quilate do premiado diretor espanhol, que, a meu ver, chega a desperdiçar o talento de Caetano Veloso cantando Cucurucucu Paloma para uma audiência atenta, seleta e com cara até de “aburrida”. Mas, filme é filme e roteiro é roteiro. Porém, a música poderia ter sido melhor escolhida para aquele momento…
 
Voltemos ao “sonho” da personagem. Ao falar com ela, o enfermeiro afirma que a própria o escuta, registra e grava tudo o que acontece ao seu redor. Por isso, insisto, quando ela “acorda” o espectador fica sem a continuidade e sem a sequëncia dos diálogos que foram ficando para trás, caídos no esquecimento do roteiro. E, de certa forma, arremetendo para um final inesperado. É nisso que o filme é muito bom, mesmo em decorrência da troca cêntrica da minha curiosidade em relação à personagem morta-viva.

Dormindo, a gente sonha. Está mais do que provado. Mas nem sempre lembra de tudo. Alguns sonhos nos revelam o futuro como se fossem preâmbulos do que a pessoa poderá viver e, até mesmo, daquilo que as pessoas que as rodeiam viverão. Em geral, é gravada na mente humana alguma recordação do sonho vivido e ante situações concretas, pressente o que vai acontecer, por aquilo vivenciado pelo seu espírito. Algumas dessas premonições têm a intenção de nos ajudar a superar provas e situações, assim como de mostrar ao ser humano que existe outra realidade para além da meramente humana. Às vezes, uma realidade iluminada….

Uma amiga me contou: “Sonhei que estava amamentando uma criança, um bebê lindo e corri para tentar saber o significado. E sabe o que o sonho pode estar querendo me dizer? Que é, para mim, o sinal de um novo tempo, de novas revelações, de uma nova vida renascendo em mim”. Ela fez uma viagem astral. O que quer dizer que o sonho a levou para um outro plano, e que foi identificado em toda a sua clareza, pela própria beleza do sonho em si. Alguns diriam: um sonho onírico. Minha amiga completa: se eu não sonhasse, não saberia como viver.

O seu amor sonha. E de repente, no meio da noite, você o (a) vê mexendo-se, ou gemendo, ou conversando, ou tentando conversar com um ser imaginário. Não o desperte. Converse com ele. Fale com ela. Deixe que o pensamento o faça viajar para onde sua mente (ou seu espírito) o levam. E faça um teste na manhã seguinte. Pergunte, “você sonhou, como foi, quer contar?”. Muitos se esquecerão do momento, mas ao longo do dia ou daquela mesma semana, algo vai fazê-lo relembrar o que aconteceu naquela noite, que poderá revelar algo que possa estar contido em seu interior e que precisa ser liberado.  Como numa premonição.

Por isso, fale comigo. Pode ser pelo Messenger, porque ali sonho acordado. Mesmo que a distância que nos separa nos impeça de estarmos próximos fisicamente, a minha alma está tão ligada à sua, que, na noite passada, ao deitar pensando em você, no meio de um sonho nos vi caminhando sobre a folhagem outonal de Vermont. Estávamos de mãos dadas e sorrindo muito, paramos sob uma árvore e nos demos um longo beijo. The Beginning. Not The End!





14.10.08

Trinta anos esta noite


Eles se encontraram ao som de Erik Satie. A música que tocava era a Gymnopedie, numa vitrola antiga. Na redação, havia uma grande mesa de madeira, uma máquina de escrever Underwood velha, duas Olivetti um pouco mais modernas, algumas cadeiras, muito papel e edições passadas de um periódico que fazia relativo sucesso naquela cidade.
Quando se viram pela primeira vez, seus olhos conversaram. Sorriram, ela um sorriso de menina, inocente. Ele, algo mais, pois já podia perceber naqueles olhos rútilos e naquela boca sensual de adolescente a mulher que ali se descortinava. Ainda não sabiam que, às vezes, a maior viagem é a distância entre duas pessoas. E o tempo que leva para se encontrarem.
Erik Satie tocava naquela redação todos os dias. E quando o som do piano ecoava pela rua, naquela época ainda calçada de paralelepípedos, ela sabia que era o sinal para o seu passeio vespertino. E não escondia sua vontade de vê-lo.
Um dia, passou pela frente da redação ainda com seu uniforme e a bolsa da escola a tiracolo. Não resistiu. Entrou. Queria saber quem tocava, porque sua tia era pianista e tinha comentado sobre a vitrola da redação, sempre com a mesma música, Gymnopedie 1.  A conversa o fez perceber que aquela menina tinha algo mais para dizer, que parecia vir do fundo do seu coração. 
Seus olhos se encontraram de novo, dessa vez mais próximos. Fez menção de beijá-la, mas parou imediatamente. Seus colegas de trabalho acabavam de voltar da padaria, onde tinham ido tomar o cafezinho da tarde. 
Explicou que aquela música, composta por um autor francês, lhe dava inspiração para escrever contundentes artigos políticos e suas famosas crônicas semanais que, cada vez mais, eram consumidas por leitores cansados da mesmice plástica dos outros jornais.  Ela a achava meio triste. Ele gostava da melancolia das notas musicais, que lhe fertilizava a inspiração. 
“Triste? A gente é que escolhe quando quer ser triste. Pode ser interpretada de uma outra maneira, como, por exemplo, num momento de contemplação e reflexão por um amor raro e impossível, que algum dia o destino possa fazer possível. Um amor raro como o seu!”
  Os dias frios e a ventania que assolavam a cidade naquele outono, mais do que fazê-la ficar em casa, a traziam de volta à redação, lembrando-se do momento do quase-beijo e, por desculpa ou por curiosidade, escutar música clássica enquanto ele escrevia em sua Underwood. 
Aproveitava para ler jornais antigos, pesquisar no dicionário alguma palavra difícil e, naquela grande mesa, fazia também sua tarefa de casa.
Ficaram amigos, trocavam olhares significativos, amantes não poderiam ser naquele momento. Os grilhões de uma sociedade cobradora os deixava escravos do moral. Ela, uma menina saudável, bonita, leve, desejando descobrir o amor. Ele, um adulto profissional com contas a prestar para a polícia política que sempre censurava seus artigos e que, por mais de uma vez o tinha levado para esclarecimentos.
Ela ainda não alcançava o tamanho do problema que o afligia, inocente natural, admiradora incondicional e por isso ficou chocada quando chegou na redação e ele não estava. Nesse dia, a música de Erik Satie não ecoou pelo bairro. Seus amigos disseram que, dessa vez, ele iria demorar muito para voltar. E estavam empacotando os utensílios e acessórios da redação, quando chegou a vez da vitrola e dos discos que ele tanto gostava. Sem cerimônia, pediu para guardá-los em sua casa, acrescentando que ela e sua tia também eram fãs do compositor. 
Dois anos se passaram. Na prisão, deixou a barba crescer e aparentava uma certa tristeza quando a encontrou casualmente no calçadão da praia. Tristeza que logo se transformou em alegria naquela noite. Ela deu uma desculpa para as amigas e foi vê-lo. Decidiram passear pela areia, deixando que a água do mar viesse molhar os seus pés. Ele comentou, durante o breve passeio, que no período em que esteve preso, pensou muito nela, no seu olhar, em suas mãos delicadas e a saudade o fazia achar que algo mais forte tinha invadido o seu ser. A perda de si mesmo, durante os momentos mais difíceis, o fazia se reencontrar quando pensava nela e na sua gostosa juventude. 
Ela comentou que o toca-discos tinha ficado com sua tia, e que, por força dos estudos, teve que mudar para outra cidade. Adorou que o destino os tivesse colocado de novo juntos no mesmo caminho.
O beijo que os uniu foi forte demais. O que tinha brotado no coração daquela jovem era verdadeiro, ele sentia, e não tiveram outra alternativa. Amaram-se, nas areias da sua praia predileta, numa noite de lua e cheia de estrelas. Lá ficaram até ao amanhecer. Depois disso, nunca mais se viram. 
Faz trinta anos esta noite! Para esses dois sonhadores, que acabam de se achar de novo, é como se tivesse tudo acontecido ontem. A viagem de volta que os une, ainda traz as notas consistentes da música que primeiro os conectou. Um amor nascido antes do tempo, que finalmente encontra seu tempo. Percebem, agora, que o carinho e admiração que têm um pelo outro são a menor distância para o reencontro, nessa contagem regressiva tão especial.

(Para uma pessoa muito querida)




9.10.08

Segundo Congresso Médico Espírita dos Estados Unidos




A ponte que liga o espiritismo à medicina

 Fort Lauderdale, Flórida

Com mais de 300 participantes, o Segundo Congresso Médico Espírita dos EUA encerrou-se no domingo, 5 de outubro, após diversos panelistas, professores, médicos e oradores (nem todos necessariamente espíritas) terem apresentado tópicos de interesse médico, científico e espiritual.

O público, formado por pessoas de 10 países diferentes, pôde observar e interagir com os panelistas sobre assuntos abrangentes e de interesse geral, tais como: A Integração da alma com a mente, Mecanismos das doenças e o corpo espiritual, A Espiritualidade e o cérebro, Alzheimer, saúde mental e espiritualidade, Processos de obsessão e as repercussões orgânicas, Casos Clínicos que sugerem a reencarnação, A Essência de uma cura espiritual, Compreendendo o poder da transformação, A Relação da saúde com o perdão, O Paciente cancerígeno e sua família através dos olhos da espritualidade, A Transformação da emoção através da psicologia da Yoga e diversos outros painéis. Um deles, “Compreendendo o poder da transformação com eventos espirituais”, dissertou sobre algumas experiências de quase-morte vivenciadas por crianças.

Outro assunto de interessese e que repercutiu bastante junto aos participantes foi “O que a morte nos conta sobre a morte e o que nos espera no além”.  Este painel foi apresentado pelo Dr. Peter Fenwick, médico e escritor, que recebeu aplausos calorosos no final, com todos de pé. Dr. Fenwick é Neuropsiquiatra e pertence à Real Academia de Psiquiatras, da Inglaterra. Ele é uma autoridade em experiências de “quase-morte”, tendo analisado mais de 300 casos ao longo de 40 anos de pesquisa e é reconhecido por seus colegas de profissão e pela mídia internacional como um dos líderes no assunto.  

Seu painel foi sobre as experiências de pacientes em estado terminal, que sabem que estarão enfrentando a morte e transitam para uma nova realidade, ainda lúcidos, porém têm tempo para contar seus encontros. “São fenômenos que ocorrem próximos ao momento da morte”, ele afirmou em seu depoimento.  Ele disse que a morte não é o fim. É o começo de uma nova jornada e acrescentou que a humanidade necessita um novo Ars Moriandi.

 Mas, o que é "Ars Morandi?"

 Também conhecido como A Arte de Morrer, é o título de dois textos latinos, em forma de guia, escritos entre 1415 e 1450 que ofereciam certos protocolos e procedimentos de uma boa morte e dos preceitos de como morrer “bem”, de acordo com ensinamentos cristãos do final da Idade Média. Foi escrito dentro do contexto histórico à luz dos efeitos horrorosos e macabros da Morte Negra, ocorrida 60 anos antes. O guia foi, durante muitos anos, bastante popular e o primeiro a lidar com a morte e o morrer. Dr. Fenwick acredita que um novo manual poderá fazer renascer o sentimento de família que havia no passado, na hora da morte de um ente querido. “Hoje”, acrescentou, “muitas pessoas morrem sozinhas nos hospitais".  

 O Congresso é organizado pela Associação Médica Espírita dos Estados Unidos, com a participação de diversas entidades espíritas, tais como a Federação Espírita da Flórida, do Conselho Espírita dos Estados Unidos, da Associação Médico-Espírita Internacional (AME-INT) e da Associação Médica Espírita dos EUA (SMA-US). Os oradores e os tópicos foram cuidadosamente escolhidos para complementarem o tema A Ponte entre a Medicina e a Espiritualidade, que hoje apresenta-se como o slogan do Congresso. A Associação tem como missão fortalecer a conexão entre a medicina e a espiritualidade e, em especial, apresentar os conceitos do Espiritismo e os recursos que podem ser utilizados para melhorar a saúde integral dos pacientes.

Foto 1 - Chico Moura, jornalista conceituado em Miami, também participou do evento.

Foto 2 - Dr. Peter Fenwick, da Inglaterra, um dos palestrantes.

Foto 3 - Marcelo Netto, coordenador e Marlene Nobre, presidente da Associação Médico Espírita.

28.9.08

Faz escuro mas eu canto...

Domingo, 28 de setembro - O furacão Kyle está passando aqui por perto e tem provocado temporais na Nova Inglaterra. Segundo a previsão, vai aterrisar no estado do Maine, vizinho a Massachusetts. A chuva constante que castiga Malden, perto de Boston, está me deixando meio preguiçoso e sem energia para sair e visitar alguns amigos. Afinal, hoje há menos ônibus circulando e daqui até à estação do Metrô é uma caminhada que vai me fazer encharcar os pés.
Daí, fiquei pensando no pedido que Milbs fez alguns meses atrás: atualiza teu blog!
De fato, desde que escrevi sobre meus filhos, em fevereiro, dei uma parada legal na produção de textos para o Rebate, embora esteja no expediente como Diretor Internacional, um cargo que Milbs me arrumou, porque eu fui o segundo a acreditar que o renascimento desse periódico online ia trazer muita coisa boa para o leitor local, nacional e internacional, e para quem faz questão de navegar pelas águas às vezes meio turbulentas da Internet. O Rebate online virou colírio obrigatório para leitores de todas as tendências! Mas, como sempre acontece no marketing mundial, ninguém se lembra do número 2.
Porque houve esse longo intervalo? Pelas constantes viagens a Boston para cuidar da saúde. Os médicos do Cambridge Hospital, Mount Auburn e agora, Beth Israel Deaconess (considerado um dos melhores do país) são unânimes: você precisa operar logo!
Nesse período, em que estava opera não opera, espera que ainda dá para segurar mais um tempo, eis que de repente, minha linda e adorada companheira de cama, mesa e aventuras requisita a separação. Caiu como uma bomba na minha já deflagrada guerra pessoal contra o mal que me assola, mas que tem jeito e tem cura. É só criar coragem para enfrentar a faca do cirurgião. E, agora, preciso tempo para que o mal de amor cicatrize. Juntos, os males passarão e meu navio poderá sair do estaleiro e voltar a navegar.
Em meu livro “De Quissamã a Hollywood”, que já se encontra rodando na Gráfica Silva Santos em Macaé, a maior homenagem que faço é justamente a “ela”, essa maravilhosa mulher que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos de nossa vida, com os altos e baixos, positivos e negativos, comuns numa relação duradoura de quase 15 anos.
Os ventos e as chuvas dos furacões que nos assolam da Flórida ao Maine nesta temporada, invadiram meu coração nesta manhã cinzenta de domingo.
Mas, “Vale a pena não dormir para esperar”, como está no poema de Thiago de Mello, Faz Escuro Mas eu Canto Porque a Manhã Vai Chegar, musicado por Monsueto. Para quem quiser, sugiro uma visita ao YouTube para assistir à linda homenagem aos 80 anos do poeta, no palco do Teatro Amazonas. Imperdível! Cantem comigo: http://www.youtube.com/watch?v=nqUeKo3C5ro


3.2.08

Os filhos de Phydias (3) Fred





Fredinho nasceu um pouco antes da hora prevista. Passou 10 dias "hospedado" nas máquinas de restabelecimento no Broward Center General Hospital, em Fort Lauderdale.


Nasceu pequenininho, mas cresceu rapididinho. As fotos não mentem. Já vinha tomando shake da Herbalife desde a barriga da Elaine e sempre gostou de bater um bom prato, principalmente enquanto crescia lá no Visconde, em Macaé.


Nessa época, ele se aproveitou das facilidades eletrônicas da casa e assistiu Os 101 Dálmatas mais de 100 vezes. Sabia o filme todinho de cór ainda aos 2 anos de idade. O filme Titanic, deve ter visto umas 150 vezes, sem brincadeira, perguntem à Elaine…e o pior, só gostava de ver a segunda parte, na sequência do afundamento do navio. Acompanhava as cenas mastigando a chupeta. Mas também gostava de desenhos animados e comédias.
Estudou na Escola Alfa, jogou bola, fez altos passeios às montanhas macaenses, visitou Quissamã e adorava tomar banho de mar na Imbetiba e no Praião, em Barra de São João.
Quando moramos em Boston, de 2003 a 2005, Fred foi meu assistente em dois espetáculos teatrais e era um exímio nadador no Boys And Girls Club de Allston.

Ele é inteligente, astuto e um humorista de momento. Não se esforça muito na escola, mas é salvo em todos os momentos de perigo, principalmente nos FCATs (exames da Flórida), pelo seu aprendizado natural e ao seu próprio jeito. Gosta mesmo de aprender através do History Channel, do Discovery e morre de rir com as comédias antigas do Nick at Night.
Acho que joga video game um pouco demais. Gostaria de que jogasse menos, principalmente agora, que está praticando basketball, tem um monte de amigos no condomínio que podem estar sempre se exercitando com uma bola, skate e bicicleta, tudo o que ele adora fazer…e nem sempre acontece, porque o Xbox 360 toma muito tempo…






Ele traz muita felicidade, é o brilho da casa e quando não está por perto me dá saudade. Fredinho é especial! Adoro ele – e para conhecerem melhor a sua história e a minha, comprem o livro "De Quissamã a Hollywood", desse autor que vos escreve.









20.1.08

Os Filhos de Phydias (II) CAROL




Quando conheci Carolzinha, ela tinha um ano e meio. Filha da Elaine e do Rogério, por certas cirscuntâncias da vida, acabou sendo "minha filha" também. Nós nos reunimos como família quando Elaine e Rogério se separaram e, por coincidência Hilza Maria (minha ex), me deu as contas exatamente na mesma época e foi hibernar com um americano nas montanhas nevadas de Vermont. (Para entender a história completa, compre o livro De Quissamã a Hollywood, escrito por este locutor que vos fala!)
Como preferi ficar morando e azarando na ensolarada Flórida, próximo às praias de Miami, acabei conhecendo melhor a solitária Elaine, uma dessas mulheres únicas, cujas cópias já não se produzem muitas hoje em dia. Deve ser porque alguns pais e mães esqueceram a "receita" aplicada nos anos 60, quando a poderosa nasceu.
Ficamos amigos, o aconchego acabou rolando e fomos morar juntos. Claro, a Carolzinha veio a tiracolo, com aqueles seus lindos cabelos cacheados e sua indagação constante, peculiar aos "toddlers" que se separam de algum dos pais e acabam tendo a surpresa infantil de se perguntarem "o que é que estou fazendo aqui e, afinal, quem é esse cara que agora dorme com a minha mãe?".
Fez parte da nossa primeira experiência como steps, (step é o prefixo que se dá, em inglês, a alguém que se torna nosso parente: ela passou a ser minha stepdaughter e eu, seu stepfather), levá-la à escolinha, passear com ela pelo condomínio e ainda fazer seu shake da Herbalife todas as manhãs. Pouco a pouco, fomos nos conhecendo melhor, eu sempre deixando claro para ela que eu era como se fosse seu melhor amigo, depois de seu pai Rogério, profissional de vendas e que resolveu concentrar-se na cidade de Rio das Ostras; na minha opinião, uma das melhores alternativas para quem enche o saco de viver nos EUA.
Sempre deixei claro que nossa relação jamais poderia substituir a do seu verdadeiro pai, portanto, passei a ser seu instrutor para alguns filminhos da Disney, na piscina dando-lhe algumas dicas para se tonar uma boa nadadora, mais tarde nos joguinhos eletrônicos e mais recentemente, (pasmem!, o tempo voa) tive a oportunidade de dar-lhe a primeira lição de trânsito, pois ela – a melhor aluna de sua classe – já tirou a carteira de motorista.
Apesar de algumas vezes ficar nervosa com os deadlines de seus intermináveis homeworks, para os quais sempre pede minha ajuda, Carol Loretto-Movschowitz (Barbosa é um nome chinfrim perto de um Loretto-Movschowitz, não acham?, por isso nunca exigi que ela mudasse seu last name) é uma "filha" que amo muito, uma menina que sempre desejei ter. Papai do céu me mandou 2 garotos – O Nick vcs já conhecem, porque está neste blog, e o Fred, o mais jovenzinho, vem na próxima semana aqui para a página). Carol, que veio adoçar a minha vida, considero até mais como uma filha. Minha amiga, companheira, dedicadíssima aos estudos e que deseja ser uma profissional do CSI, ou Astronauta ou Desenhista Industrial. Aonde quer que ela queira ir, lá chegará, tenho certeza. E que assim seja!






Na primeira foto, Carol quando toddler, saudando o por do sol em Lake Emerald
Na segunda, mostra, orgulhosa, seu diploma de Middle School
Na terceira, me deu a oportunidade de aparecer com ela, a beldade, numa praia em Marco Island