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29.1.09

DESCONSTRUINDO ROMINA POWER (II) e apresentando Linda Christian



Já sabemos que nosso herói, quando pequeno, tinha mania de imitar artista de cinema e era fã de Tyrone Power. Cinematográficamente, o ator morreu num set de filmagem, rodando Salomão e a Rainha de Sabá. Romina, filha do ator, aos 7 anos de idade, chamou a atenção de Zinho. Algo o fazia ligar-se àquela menina e não sabia exatamente o que era. Hoje, passado mais de meio século do acontecimento, reconhece que talvez sejam resgates de outras vidas. 
Isso porque o tempo passou e os telex que Zinho enviou a Koln, na Alemanha, ou não chegavam a seu destino ou não havia interesse da dupla em responder a respeito da distribuição do video clipe no Brasil. Depois de editado, o clip foi enviado, mas nunca devolvido, com ou sem resposta de interesse em divulgá-lo. 
Zinho, claro, frustrou-se muito com a falta de comunicação, mas mesmo assim ligou  para um número de telefone e deixou diversos recados. Nada. 
Com isso, o projeto ficou engavetado, pois ele, já como diretor considerado no mercado, precisava continuar trabalhando. 
Casou-se com Tania e tiveram dois filhos, Natan e Isabel. 
Amadurecido e premiado no Festival de Gramado com um longa que dirigiu sobre a vida do último enforcado no Brasil, Zinho resolveu aceitar um trabalho temporário na cidade de Cambridge, Massachusetts, num curso de cinema para pessoas de lingua portuguesa.  Durante o workshop, um de seus alunos apresentou uma idéia para a produção de um curta e perguntou-lhe sobre direitos autorais de uma música chamada Felicittá, da dupla AlBano e Romina Power. De novo a presença da moça em sua vida, agora uma senhora de 57 anos de idade. Ele procurou e achou o site da artista e cantora, expondo trabalhos de arte e lançando documentário sobre o próprio pai em 2008. Enviou um email, sem saber se haveria resposta, mas dessa vez, ela veio. Romina finalmente respondeu a Zinho. Ele, então, ofereceu-lhe a oportunidade de fazer uma exposição de sua arte no Brasil.
Em São Paulo, depois da vernissage, num elegante jantar no Restaurante Marino’s, junto a artistas, curadores, etc, Zinho sentou-se junto a Romina. E finalmente conversaram sobre seu pai. Ela, depois de algum tempo, compreendeu a conexão e sentiu um calafrio. Olhou para Zinho, a imagem dele se confundiu com a sua de menina, na foto com o pai, Zinho brincando na poeira do seu povoado, a praia de Salvador, o show da Eurovision e a imagem de Linda Christian, mãe de Romina, pintada por Diego Rivera, que serviu de inspiração para a criação do texto desse blog.  
Para acompanhar com trilha sonora, marque o nome de Romina Power no Youtube. E não esqueça de pesquisar a vida de Linda Christian, uma das mais lindas atrizes de Hollywood nos anos 40 e 50 do século passado. Se der, analise sua beleza e compare com a de Romina. 

(Fotos: Linda Christian, mãe de Romina e Taryn)
Pintura a óleo de Diego de Rivera


25.1.09

DESCONSTRUINDO ROMINA POWER (I)





Quando pequeno, Zinho (apelido de nosso personagem) tinha mania de imitar artista de cinema, principalmente os heróis dos filmes de “mocinho”. Seu favorito durante muito tempo foi Tyrone Power, logo depois de A Máscara do Zorro, que assistiu 10 vezes no cine poeira da sua cidade. Já conhecia um pouco a trajetória do ator, porque também já tinha visto Jesse James um ano antes. Por isso, ficou chocado quando a notícia da morte de Tyrone chegou à cidade. A revista Cinelândia fez uma reportagem de 4 páginas, mostrando como o artista morreu, em plena cena de luta de espada, enquanto filmava Salomão e a Rainha de Sabá num estúdio na Espanha, em Novembro de 1958. Teve um ataque fulminante do coração.

Na revista, apareceu a foto dele com as duas filhas, Romina, de 7 anos e Taryn, de 5. Zinho pediu ao pai para convidar as meninas para irem morar com eles na roça. Seus olhos se fixaram em Romina, enquanto todos na casa riam da bobagem daquele garoto de 11 anos. 

Os anos se passaram. Zinho formou-se como diretor de cinema em 1974. Como primeiro projeto, resolveu adaptar uns contos alegres do Marquês de Sade e deu o título a seu filme de O Livro Negro do Amor. Como material de pesquisa, descobriu o filme Justine, também baseado num conto do Marquês, rodado na França em 1969 com…Romina Power fazendo uma jovem personagem do século 18. Assistiu inteiro, sem acreditar que aquela menininha que ele tinha visto numa foto em 1958 já filmava profissionalmente. Seus olhos se fixaram em Romina, de novo. Ela era mesmo linda aos 18 anos. Pra quem desejar assistir a uma cena do filme, sugiro uma visita ao Youtube. Romina aparece, nesta cena, no 1:35m, enquanto uma trama se passa pelos bastidores. Ela teria matado um homem e está sendo levada presa quando sua irmã, bem relacionada no castelo consegue que a soltem. Eis o link: http://www.youtube.com/watch?v=32HtyU30m80 / Em outra cena do filme, ela atua com a famosa atriz 
Sylva Koscina http://www.youtube.com/watch?v=L79FsExR16E / Para os saudosistas do gênero, uma pitada de Sade bem
conduzida, porém com uma ingenuidade artística.

Enquanto Zinho produzia filmes e anúncios de TV no Brasil, Romina casou-se ainda bem jovem com o cantor Al Bano, na Itália. Eles formaram um duo romântico que durou quase 3 décadas. Quando resolveu fazer uma viagem à Europa, em 1983, Zinho ficou surpreso de passar embaixo de um cartaz que anunciava Romina Power e Al Bano cantando num show do Festival da Eurovision. Assistiu à apresentação, pois para ele aquela cena teria que ser imperdível, afinal ali se materializava parte de seu sonho infantil. 


Tentou encontrar-se com ela enquanto ainda permaneceu em Roma, mas depois de alguns dias de pesquisa pelos estúdios, descobriu que o casal morava em Koln, na Alemanha. Era uma viagem para a qual ele não estava ainda preparado. Voltou ao Brasil, sem esperança de voltar algum dia a rever Romina Power.

Na produtora, Zinho recebeu um projeto para filmar nas praias de Salvador, na Bahia. Com toda a sua equipe próximo a um hotel de luxo, ele notou um grupo de pessoas meio barulhentas e pediu a sua assistente para ir falar com o grupo, mas ela voltou dizendo que eles não falavam português e ela não entendia o italiano. Zinho resolveu ir pessoalmente pedir silêncio ao grupo, pois ia filmar com som direto.  

A mulher que gesticulava e falava alto, neste momento estava cantando. Zinho não acreditou no que via. Ali, na sua frente… Romina Power! E ainda compondo uma canção a qual viria se chamar Arrivederci a Bahia! Aproveitou e pediu aos companheiros de equipe para levarem a câmera e naquele momento fez o video clip da música. Finalmente, ele conseguiu o telefone e o telex da artista. Poderia contatá-la depois que o clip estivesse pronto. Zinho teve que adiar o relato da sua história de menino para Romina. Agora, estava até envolvido profissionalmente. Inacreditável!

(Não perca a continuação no próximo Blog:  A música Felicitá num curta-metragem em Boston e Será que Zinho encontra Romina de novo na vida?)

Fotos: Romina e AlBano, anos 70, anos 90, cartaz do filme Justine e Tyrone com as filhas, em foto publicada na revista Cinelândia, de 1958. 

12.1.09

Nos bastidores do Cirque du Soleil



ASSISTAM: http://www.cirquedusoleil.com/world/es/es/index.asp

Fonte: Wikipedia



Jérôme Savary nasceu em Buenos Aires em 27 de Junho de 1942. Ainda atua como diretor e ator de teatro na França. O seu trabalho democratizou e abriu espaço para o teatro musical francês. Ele reinventou um mix de gêneros tão próximos e tão distantes como ópera, opereta e comédia musical num só espetáculo circense, onde havia palhaços, acrobatas, trapezistas, cantores, malabaristas, contorcionistas e o chamou de Le Grand Magic Circus. Precursor do Cirque? 
Seu pai era escritor e sua mãe, era filha de Frank W. Higgins, governador do Estado de New York entre 1905 e 1907. Savary foi morar em Paris ainda bem jovem. Lá, estudou música com Maurice Martenot, e na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs. Aos dezenove anos, mudou-se para New York, onde se associou aos gênios de Lenny Bruce, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Count Basie e Thelonious Monk. Em  1962, voltou à Argentina para completar o serviço militar obrigatório, mas dedicou-se também a ilustrar dicionários e a desenhar cartoons. Quando voltou a Paris em 1965, Jerôme criou a sua própria companhia teatral, "Le Grand Magic Circus". Ele dirigiu espetáculos famosos como Cabaret, Rigoletto, O Barbeiro de Sevilha e muitos outros. 
Mas, porque ir lá no fundo do baú, reavivar a memória em cima de Jérôme e sua troupe bem descontraída do Grand Magic Circus?

Do Magic Circus à Opera Cômica – teria ele influenciado os “high heeled” de Quebec e o Cirque du Soleil?

É que esse locutor que vos fala (a seus 17 leitores e ouvintes) desconfia grandemente que o Cirque du Soleil nasceu das idéias de Jerôme Savary.  Sim, o Cirque nasceu em Quebec e seu ancestral era um grupo que se denominava High Heeled, que eram artistas de rua. Eles apresentavam suas performances a troco de moedas e algumas notas.  
Foi fundado em Quebec (em 1984) por dois ex-artistas de rua, Guy Laliberté e Daniel Gauthier, em resposta a um apelo feito pelo Commissariat Général Aux Célébrations 1534-1984 do governo de Quebec, sobre a comemoração do 450º aniversário da descoberta do Canadá pelo explorador francês Jacques Cartier (1491-1557). Em 2000, Guy Laliberté comprou a parte do circo referente a Gauthier, que deixou a companhia e agora é dono da área de ski Le Massif, no rio St. Lawrence em Quebec. Atualmente o Cirque du Soleil é dirigido por Guy Laliberté, proprietário de 95% do patrimônio do Cirque e na lista de bilionários da revista Forbes. 
Le Grand Tour du Cirque du Soleil fez enorme sucesso em 1984, e após dois anos de fundação, Laliberté contou com a ajuda de Guy Caron, do National Circus School, para recriar a arte circense de modo particular. Cada espetáculo do Cirque du Soleil é a síntese da inovação do circo, contando com enredo, cenário e vestuário próprios, bem como música ao vivo durante as apresentações. De 1990 a 2000, o Cirque expandiu rapidamente, passando de um show com 73 artistas em 1984, para mais de 3.500 empregados, em mais de 40 países, com 15 espetáculos apresentados simultaneamente e lucro anual estimado em US$ 600 milhões. 
As criações do Cirque du Soleil já ganharam diversas premiações, tais como Bambi, Rose d'Or, Gemini e o Emmy. Em 2004, a Interbrand consultoria classificou o nome Cirque du Soleil como o 22º nome de maior impacto global.
O Cirque du Soleil apresentou o espetáculo "Saltimbanco" no Brasil em Agosto de 2006. Pela primeira vez no país, a companhia canadense escolheu um de seus espetáculos mais famosos para mostrar ao público de São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo a organização do evento, a trupe, que tem espetáculos encenados em todo o mundo, demorou para ir ao Brasil devido à falta de patrocínio. A estrutura, de acordo com a direção do espetáculo, é muito custosa: são 51 artistas, além de toda a equipe técnica. "Para cada artista, precisamos de cerca quatro técnicos", disse Matthews Jessner, diretor artístico do grupo. O equipamento - que inclui a tenda, de 50 metros - pesa cerca de 150 toneladas e viajou de Buenos Aires para São Paulo de carreta.
O Cirque du Soleil tem sido descrito como um "circo moderno" cheio de histórias e performances estonteantes, mas os shows não utilizam animais. Há vários espetáculos rodando o mundo e outros fixos em cidades como Orlando e Las Vegas (EUA).
Os números sofrem influência do teatro mambembe, do próprio mundo circense, da ópera (ops, mais sinais de Jérôme por aqui), do balé e do rock. O espetáculo começa através de um conceito criativo, geralmente com elementos de uma história central, aliada ao desenvolvimento do design do show e a seleção de um compositor para a música. Há contorcionismo, malabarismo, palhaços e trapezistas, todos com roupas coloridas e maquiagens. Demonstra traços medievais e barrocos. Os shows fazem uso de música ao vivo, a língua falada durante o espetáculo é o "Cirquish", um dialeto imaginário criado pela companhia. A trupe do circo é hoje membro da Calçada da Fama do Canadá.
Suas performances disponibilizam-se em DVDs e CDs e estão sempre com espetáculos em toda parte do planeta.
Um dos shows mais famosos do Cirque é o Alegria, cuja música tema é Querer, um tango. Seria tudo isso (Buenos Aires, Querer, uma homenagem silenciosa ao criador do Le Grand Magic Circus, Jérôme Savary?)
E quando ouço Querer no Laptop, fico imaginando a carinha do Jullius quando entregou à minha flor girassol um presente, o CD com os melhores momentos musicais desse grupo, que já faz parte de nossa rotina. 

PS: as fotos são dos shows SALTIMBANCOS e O