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25.1.09

DESCONSTRUINDO ROMINA POWER (I)





Quando pequeno, Zinho (apelido de nosso personagem) tinha mania de imitar artista de cinema, principalmente os heróis dos filmes de “mocinho”. Seu favorito durante muito tempo foi Tyrone Power, logo depois de A Máscara do Zorro, que assistiu 10 vezes no cine poeira da sua cidade. Já conhecia um pouco a trajetória do ator, porque também já tinha visto Jesse James um ano antes. Por isso, ficou chocado quando a notícia da morte de Tyrone chegou à cidade. A revista Cinelândia fez uma reportagem de 4 páginas, mostrando como o artista morreu, em plena cena de luta de espada, enquanto filmava Salomão e a Rainha de Sabá num estúdio na Espanha, em Novembro de 1958. Teve um ataque fulminante do coração.

Na revista, apareceu a foto dele com as duas filhas, Romina, de 7 anos e Taryn, de 5. Zinho pediu ao pai para convidar as meninas para irem morar com eles na roça. Seus olhos se fixaram em Romina, enquanto todos na casa riam da bobagem daquele garoto de 11 anos. 

Os anos se passaram. Zinho formou-se como diretor de cinema em 1974. Como primeiro projeto, resolveu adaptar uns contos alegres do Marquês de Sade e deu o título a seu filme de O Livro Negro do Amor. Como material de pesquisa, descobriu o filme Justine, também baseado num conto do Marquês, rodado na França em 1969 com…Romina Power fazendo uma jovem personagem do século 18. Assistiu inteiro, sem acreditar que aquela menininha que ele tinha visto numa foto em 1958 já filmava profissionalmente. Seus olhos se fixaram em Romina, de novo. Ela era mesmo linda aos 18 anos. Pra quem desejar assistir a uma cena do filme, sugiro uma visita ao Youtube. Romina aparece, nesta cena, no 1:35m, enquanto uma trama se passa pelos bastidores. Ela teria matado um homem e está sendo levada presa quando sua irmã, bem relacionada no castelo consegue que a soltem. Eis o link: http://www.youtube.com/watch?v=32HtyU30m80 / Em outra cena do filme, ela atua com a famosa atriz 
Sylva Koscina http://www.youtube.com/watch?v=L79FsExR16E / Para os saudosistas do gênero, uma pitada de Sade bem
conduzida, porém com uma ingenuidade artística.

Enquanto Zinho produzia filmes e anúncios de TV no Brasil, Romina casou-se ainda bem jovem com o cantor Al Bano, na Itália. Eles formaram um duo romântico que durou quase 3 décadas. Quando resolveu fazer uma viagem à Europa, em 1983, Zinho ficou surpreso de passar embaixo de um cartaz que anunciava Romina Power e Al Bano cantando num show do Festival da Eurovision. Assistiu à apresentação, pois para ele aquela cena teria que ser imperdível, afinal ali se materializava parte de seu sonho infantil. 


Tentou encontrar-se com ela enquanto ainda permaneceu em Roma, mas depois de alguns dias de pesquisa pelos estúdios, descobriu que o casal morava em Koln, na Alemanha. Era uma viagem para a qual ele não estava ainda preparado. Voltou ao Brasil, sem esperança de voltar algum dia a rever Romina Power.

Na produtora, Zinho recebeu um projeto para filmar nas praias de Salvador, na Bahia. Com toda a sua equipe próximo a um hotel de luxo, ele notou um grupo de pessoas meio barulhentas e pediu a sua assistente para ir falar com o grupo, mas ela voltou dizendo que eles não falavam português e ela não entendia o italiano. Zinho resolveu ir pessoalmente pedir silêncio ao grupo, pois ia filmar com som direto.  

A mulher que gesticulava e falava alto, neste momento estava cantando. Zinho não acreditou no que via. Ali, na sua frente… Romina Power! E ainda compondo uma canção a qual viria se chamar Arrivederci a Bahia! Aproveitou e pediu aos companheiros de equipe para levarem a câmera e naquele momento fez o video clip da música. Finalmente, ele conseguiu o telefone e o telex da artista. Poderia contatá-la depois que o clip estivesse pronto. Zinho teve que adiar o relato da sua história de menino para Romina. Agora, estava até envolvido profissionalmente. Inacreditável!

(Não perca a continuação no próximo Blog:  A música Felicitá num curta-metragem em Boston e Será que Zinho encontra Romina de novo na vida?)

Fotos: Romina e AlBano, anos 70, anos 90, cartaz do filme Justine e Tyrone com as filhas, em foto publicada na revista Cinelândia, de 1958. 

Um comentário:

Sandra Hasmann... disse...

Fiquei encantada com sua historia, pois, jamais me esqueci de dois filmes que assisti com o pai de Romina (Sangue e Areia / Melodia Imortal). Mamãe me contava que ele morrera fazendo Melodia Imortal, mas parece que, segundo suas informações aqui no blog, foi durante um outro filme... Anos depois soube que Romina casou-se com AlBano. Que curioso...Mal sabia eu que um dia conheceria Roma, me apaixonaria pela Italia...Hoje tenho um irmão que trabalha na RAI como produtor ( ele mora em Roma há uns vinte e tantos anos, casou-se com uma italiana, é louco por cinema e tem alguns projetos lá na Itália), e tenho tbém uma irmã que casou-se com um italiano e hoje é dona da Radio Globo em Roma... É, o mundo dá voltas... Prazer imenso chegar no seu blog da forma mais inusitada possível: recebi um email de um amigo com uma seleção de mais de 1400 musicas italianas (http://italiasempre.com/verpor/mp32.htm). Cliquei p/ entrar no site e de cara vi o nome Romina Power e cliquei pois jamais ouvira ela cantar. Aí fui ao google pois queria saber se ela ainda estava viva, se ainda cantava e...Acabei aqui...Rs*
Forte abraço!!
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