Sempre admirei Tio Jamil. Eu gostava de suas histórias malucas pelo mundo afora, perdido e encontrado nas inúmeras cidades pelas quais brilhou pelo Brasil. Principalmente, eu me recordo, saudoso, de sua coleção de piadas e anedotas intermináveis. Quando ele estava por perto, sua personalidade exteriotipada e totalmente transparente tomava conta do ambiente e todos sabíamos que lá vinha uma história engraçada. Caricato, esse meu tio serviu de inspiração ao longo de minha vida, levando-me a acreditar que ele era um arquétipo de Pícaro, que passava para uma geração de mais de 100 sobrinhos e sobrinhos-netos (Jamil não teve filhos) uma experiência certamente vivida em outras encarnações. Sabia e declamava, de coração, desde poemas de Castro Alves até piadas do Bocage.
Há dois anos atrás, sofreu uma queda no centro de Rio das Ostras, aonde morava com a irmã, Fátima, e desde então sua vida se transformou. Transtornado e sem acreditar que, como um touro resistente, pudesse estar com alguma "coisa" séria, foi definhando e entregou-se totalmente, vindo a ficar doente. Entrou em coma há quase um mês atrás e desencarnou no último dia 3 de março de 2007 às 22 horas, no Rio de Janeiro. Alguns dias antes de completar 73 anos.
Seu corpo viajou de volta para Quissamã, onde foi enterrado agora de manhã, creio que sem muita pompa e circunstância. Impossibilitado de comparecer, pedi a minhas tias que jogassem uma flor em cima do seu caixão, pedindo a seu espírito, que a essa hora flutua no astral, possa pairar sobre nossas lembranças e, que de vez em quando, nos deixe saber se há comédia no céu. Essa foto traz estampada a sua felicidade quando nos fazia rir com gosto. Bye, tio Jamil.
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